Jesus diz a Todos: ” eu sou o caminho… Niguém pode vir ao Pai senão por mim”. – João 14,6.

A Vida como Caminhada

 

Em Isaías ( 59,8) a vida aparece como uma caminhada feita através de estradas tortuosas e tenebrosas, o que vemos também no livro dos provérbios ( 2,15;4,14) e igualmente em várias passagens dos salmos e dos outros profetas. O Sirácida Chama a felicidade de Caminho de boas obras (11,25). A passagem mais impressionante, porém está em Jeremias: Eis que ponho diante de ti o caminho da vida e o caminho da morte (21,18) o que é muito natural ao falar – se de caminhos, porque todos eles têm suas encruzilhadas, onde é preciso fazer opção sobre qual o rumo a ser tomado. No Evangelho Jesus define a Si mesmo dizendo: Eu sou o caminho ( Jo 14,6) e também nos mostra a direção a ser seguida para chegarmos ao Pai. Nossas estradas estão cheias de avisos sobre perigos como curvas fechadas, asfalto escorregadio etc. Se soubermos ler o evangelho veremos que ele está cheio dessas flechas, indicando direções e avisando sobre os perigos da caminhada que chamamos vida. Nós todos somos peregrinos em busca de Deus ( 2 Cor 5, 6 ) . Talvez nunca houve, na História do mundo tantos desvios  errados , tantas encruzilhadas perigosas para jovens e adultos, como na hora presente. Precisamos de um companheiro de viagem, como os dois discípulos de Emaús, caminhando com Jesus, naquela triste, quando fugiam de Jerusalém e ouvindo dele explicações sobre o sentido de Sua Morte. Tudo acabou com essa frase maravilhosa: Fica conosco, Senhor, porque a noite vem chegando… ( Lc 24, 29) As notícias faladas e escritas do fim de 2007 e princípio de 2008 deixaram o Brasil inteiro perplexo e horrorizado com o número de acidentes e mortes na estradas. A vida Moderna, vista como caminhada em busca de um destino sobrenatural,apresenta desastres e descalabros muito maiores e mais assustadores. A cada dia que passa estamos assistindo aos desvios de jovens e adultos nos caminhos que trilham por ai. Estatísticas, vindas da Europa e dos Estado Unidos, falam da diminuição sempre maior da prática Religiosa e do Fechamento de grandes igreja, outrora cheias de adoradores fiéis e hoje abertas apenas como antigas obras de arte e como museus. Diz uma frase conhecida que o caminho de faz caminhando… Caminhando sim, mas não de Qualquer jeito, em qualquer direção. Publicamos um livro com o título: Caminhos buscando rumos. Enquanto não encontramos o rumo certo que nos vem da Fé e dos princípios cristãos, com base no Evangelho, estaremos vagando às tontas, entrando por desvios desastrosos que poderão levar – nos a grandes catástrofes, como estamos vendo na hora presente, eriçada de acontecimentos vergonhosos como a violência assassina, as drogas e uma sexualidade que não ouso chamar de animalesca porque os animais não estupram, não praticam pedofilia nem cometem muitos outros horrores que se veem no mundo de Hoje.

O caminho errado

 

Uma história curta, nascida esta também no segredo dos corredores do Vaticano, conta que um dia jesus encontrou a Samaritana sentada sobre uma pedra à beira de um caminho. Antes de lhe pedir um pouco de água, ele a olha com severidade e lhe diz :

_ Minha filha , você está no caminho errado !

_ Nem me diga ! – responde – lhe a moça – Não vejo ninguém desde esta manhã !

O caminho Batismal da Quaresma

Queridos irmãos e irmãs:

Marcados pelo austero símbolo das Cinzas, entramos no tempo da Quaresma, iniciando o itinerário espiritual que nos prepara para celebrar dignamente os mistérios pascais. As cinzas abençoadas, impostas sobre a nossa cabeça, são um sinal que nos recorda nossa condição de criaturas, convida-nos à penitência e a intensificar os esforços de conversão de para seguir cada vez mais o Senhor.

A Quaresma é um caminho, é acompanhar Jesus que sobe a Jerusalém, lugar do cumprimento do seu mistério de paixão, morte e ressurreição; ela nos recorda que a vida cristã é um “caminho” a ser percorrido, que consiste não tanto em uma lei a ser observada, mas na própria pessoa de Cristo, a quem vamos encontrar, acolher, seguir. Jesus, de fato, fala: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me” (Lc 9,23).

Em outras palavras, diz-nos que, para chegar com Ele à luz e à alegria da ressurreição, à vitória da vida, do amor, do bem, também nós devemos carregar a cruz de cada dia, como nos exorta uma bela página da “Imitação de Cristo”: “Toma, pois, a tua cruz, segue a Jesus e entrarás na vida eterna. O Senhor foi adiante, com a cruz às costas, e nela morreu por teu amor, para que tu também leves a tua cruz e nela desejes morrer. Porquanto, se com Ele morreres, também com Ele viverás. E, se fores seu companheiro na pena, também o serás na glória” (L. 2, c. 12, n. 2).

Na Santa Missa do 1º Domingo da Quaresma, rezamos: “Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa” (Coleta). É uma invocação que dirigimos a Deus porque sabemos que só Ele pode converter o nosso coração. E é sobretudo na liturgia, na participação dos santos mistérios, que somos levados a percorrer este caminho com o Senhor; é um colocar-nos na escola de Jesus, percorrer os acontecimentos que nos trouxeram a salvação, mas não como uma simples comemoração, uma lembrança de fatos passados. Nas ações litúrgicas, Cristo se faz presente através da obra do Espírito Santo, e esses acontecimentos salvíficos se tornam atuais. Há uma palavra-chave muitas vezes usada na liturgia para indicar isso: a palavra “hoje”; e esta deve ser entendida no sentido original, não metafórico. Hoje, Deus revela a sua lei e nos permite escolher hoje entre o bem e o mal, entre vida e a morte (cf. Dt 30, 19); hoje, “o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15); hoje, Cristo morreu no Calvário e ressuscitou dos mortos; subiu ao céu e está sentado à direita do Pai; hoje, recebemos o Espírito Santo; hoje é o tempo favorável. Participar da liturgia significa, então, submergir a própria vida no mistério de Cristo, na sua presença permanente, percorrer um caminho pelo qual entramos em sua morte e ressurreição para ter a vida.