Dia: 04/11/2012
Regresso ao Lar.
(lc 15, 11 -32)
Um pai tinha dois Filhos e o mais moço disse,
um dia, a este pai : “Dá – me o dinheiro da herança que me cabe”. Entre eles dois o pai divide, então , todo o dinheiro…
Pouco dias depois, feita a bagagem,
O mais novo partiu para bem longe e,
Na devassidão, tudo gastou.
Acabado o dinheiro, a carestia
Começou a assolar aquela terra
E ele sentiu, na fome, as consequências…
Foi, então, empregar – se com alguém
Que lhe deu a tarefa de ir aos campos
Para cuidar dos porcos da fazenda.
Sua fome era tanta, que chegava
A desejar comer aquelas vagens
Lançadas aos suínos… entretanto,
Nem isto lhe deixava o capataz.
Um dia, a dor o fez cair em si
E disse, recordando a vida antiga:
“Hei de voltar à casa de meu Pai
E , ao chegar, lhe direi, arrependido:
Eu pequei contra o céu e contra ti;
Não mereço me aceites como filho,
Basta tratar – me como um empregado…”
E partiu, ao encontro do seu Pai…
Bem longe estava ainda, quando o pai
O viu chegando e, cheio de bondade,
Saiu, quase correndo, ao seu encontro:
Lançou – lhe, logo, os braços ao pescoço
E o cobria de beijos comovido…
O Filho , então, lhe disse: “Pai querido, eu pequei contra o céu e contra ti; não sou digno de ser um dos teus filhos.”
Mas o pai disse aos servos que chegavam:
“Depressa! Ide, trazei – lhe a melhor roupa;
Enfiai – lhe no dedo um belo anel
E ponde – lhe nos pés boas sandálias!
E o boizinho bonito que cevamos,
Matai – o logo para um bom churrasco.
Vamos todos comer e festejar,
Pois este filho morto reviveu,
O meu filho perdido foi achado!”
E começaram todos o banquete…
Mas o Filho mais velho estava ausente,
Trabalhando no campo; ao regressar, ouviu o som das músicas e danças.
Chamou, então, um servo e perguntou
Que acontecera para tanta festa…
Responde – lhe o empregado: “Teu irmão
Regressou, hoje, ao lar e o pai mandou
Que se matasse aquele bom novilho
Por ele ter voltado com saúde.”
O moço, então, ficou com muita raiva
E, emburrado, não quis entrar na casa.
Saiu fora seu pai a convidá – lo,
Ele, porém, zangado, assim responde:
“Meu pai, há tantos anos que lhe sirvo,
Obedecendo sempre às suas ordens
E não ganhei sequer um cabrito
Para um festa simples entre amigos!
Agora, volta ao lar este devasso
Que esbanjou, com mulheres prostitutas,
A herança que o senhor lhe antecipou
E ganha, em festa, o mais gordo novilho!”
Mas o pai respondeu – lhe compassivo:
“Meu filho, está comigo, tempo todo
E quanto me pertence é teu também…
Mas este teu irmão estava morto
E voltou a viver; perdido estava
E novamente foi reencontrado!”
Ah, que belo contraste mostra a história
Entre esse pai e seu filho mais velho,
Entre o bom Deus, no céu, e nós na terra!
Entre o amor de Deus Pai e o ódio dos homens.
Ah, pobre irmão mais velho, sem bondade,
Que servia a seu pai, isso é verdade,
Mas sempre de olho fixo no cabrito!.